quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Freedom





 Sabe aquela sensação única? Daquelas que poucas coisas conseguem causar? O frio na barriga quando se vê a pessoa amada mas não se tem coragem para admitir o sentimento, ou a felicidade ao saber que aquela menina que você paquerou o ano todo tá afim de você? A sensação de andar em um brinquedo radical pela primeira vez, aquela emoção louca e o pulso de adrenalina que toma conta de nós? Pois é, foi algo semelhante ao que eu senti quando andei de moto pela primeira vez.

 O vento batia no meu rosto, a sensação era de que eu estava voando, livre, pronto para ganhar os céus, nada podia me deter, ninguém poderia me parar, eu não sei descrever direito, mas a sensação foi muito boa. E ela se repete todas ás vezes em que me encontro em uma estrada. A vontade de acelerar cada vez mais, o ponteiro andando cada vez com mais dificuldade para atingir novas velocidades, o vento que bate contra o meu peito e me faz segurar firme o guidão, o mesmo vento entrando pelas frestas do capacete e tentando me derrotar, jogar meus pés pra fora das pedaleiras, ser mais forte que eu, mas sendo vencido com a ajuda de uma máquina de metal. Uma máquina que é parte de mim... É assim que eu me sinto, homem e máquina, em um só, não há diferenças entre mim e a moto, somos um e por aqueles instantes nada pode me parar, nada pode me deter (me e não nós, porque somos apenas um), por mais que o vento resista, ele não vai conseguir me parar.

 É engraçado, as imagens ao redor vão ficando cada vez mais borradas, os carros se aproximam com cada vez mais velocidade e apesar de toda a adrenalina meu coração se mantém calmo, pulsando tranquilo em meu peito, a sensação de ser um com a máquina me faz pensar que não importa o perigo, tudo está sob controle, não há nada que me detém. A essa sensação de voar livre, por onde se quiser, como quiser e sem preocupações, apenas você, Deus e a estrada, a essa sensação eu dou o nome de liberdade e só posso senti-la sobre minha moto.



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